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Minha benção é minha maldição

Atualizado: 28 de jun. de 2024


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Infelizmente não posso dar o crédito devido ao autor da frase usada no título, eis que já foi usada inúmeras vezes, até mesmo em obras de cinema.


Menos importante que a autoria é a interpretação de seu significado, sendo mais importante ainda o diagnóstico correto da existência concreta da dicotomia em sua vida, e como reagir a ela.


Muito mais comum do que se possa imaginar, inúmeros conflitos interpessoais se originam na forma imprópria de lidar com uma característica peculiar, que para uns é bênção, e para outros, verdadeira maldição! Sim, uma mesma característica singular originando duas reações diametralmente opostas entre si.


Percebemos, assim, que não é uma questão de escolha àquele que detém a característica. Antes, é uma questão de discernimento face às reações que a característica pode gerar, e a necessária antecipação às reações, capaz de potencializar a bênção, ou minimizar a maldição.


Assim, a antecipação faz parte do resultado de um projeto, de um planejamento, pensado a médio e longo prazo, de modo a gerar benefício àquele que se antecipa aos acontecimentos.


Complexo? Nem tanto, quando saímos do campo das ideias e partimos para as situações fáticas.


Sua memória pode ser sua bênção e sua maldição! Ao mesmo tempo você pode se antecipar a uma reação de certo indivíduo, face ao histórico comportamental já conhecido do indivíduo. Mas também pode gerar frustração pela permanente capacidade de mudança do ser humano, com a exclamação “eu pensei que...”


Seu nível cultural pode ser sua bênção e sua maldição! Ao mesmo tempo que você consegue discernir entre a dialética racional e a retórica vazia, também pode lhe fazer solitário na multidão de obtusos.


Sua idade pode ser sua bênção e sua maldição! Enquanto encontra eco junto àqueles da mesma época, que foram nutridos dos mesmos valores, pode ser facilmente marginalizado pela geração seguinte, exatamente porque têm referidos valores, não mais vistos como valores.


O que fazer?

Certamente não há uma receita única, muito menos a fórmula mágica.

A chave é discernir qual característica é sua bênção e sua maldição. Reconhecer esse ponto que é forte e é fraco, e então pensar o ambiente e o(s) interlocutor(es) no qual está inserido, antes de agir. A impulsividade, a precipitação é a inimiga a ser batida.

De nada adiantará sua boa intenção se o ambiente e interlocutores não puderem discerni-la, o que fará surgir o conflito. E a falta de capacidade de discernir da plateia pode ser fruto de simples incapacidade orgânica, podendo ser também rejeição premeditada. Mas percebemos que o resultado é o mesmo: conflito.


Enfim, saiba discernir sua plateia, para colher aplausos, não pedradas! O sábio sabe o tempo e o modo de (não) fazer as coisas!


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